quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Gnocchi da Fortuna


                                                                 
Conta a lenda, que num dia 29 qualquer, na Itália, um andarilho bateu num casebre, pedindo comida. A família, mesmo numerosa e com pouca comida, dividiu o rango com o pobre homem. 7 bolotinhas de nhoque em cada prato. O senhor comeu,agradeceu e foi embora. Quando foram tirar os pratos da mesa, pasmem!, embaixo de cada prato, havia uma cédula de dinheiro!.O andarilho era ninguém menos que São Genaro e por isso, todo dia 29 é dia de Nhoque, ou Gnocchi ;) A tradição diz que comer os primeiros 7 pedaços de pé, com uma cédula de dinheiro embaixo do prato, garante fortuna e fartura durante todo o mês.

É um prato delicioso, muito barato e relativamente fácil de fazer. Cheguei a tirar o espinafre e a ricota da geladeira, mas como há anos não fazia, resolvi ficar com a receita clássica mesmo: massa de batata e molho a bolonhesa. O fogo de nhoque é que quando sai errado, não tem conversa, nem parmesão que dê jeito... Por isso é legal ir pondo a farinha aos pouquinho e com a água já fervendo na panela, testar pequeníssimas porções. A média é mais ou menos assim: uma batata grande e três tomates por cada prato. Deixei logo o molho prontinho na panela, cozinhando num fogo bem baixo, enquanto cozinhava o nhoque.

Ingredientes (para 2 pratos BEM grandes):
Massa:
2 batatas grandes
1/2 xícara de farinha de trigo (um pouco mais, um pouco menos, dependendo da batata)
1 colher de sopa de manteiga
1 colher de sopa bem cheia de parmesão ralado
1 ovo
1 pitada de sal

Preparo:
Fiz primeiro o molho.
Descasquei as batatas e cozinhei até ficarem beeeem molinhas. Numa bacia, amassei com um garfo, esperei esfriar um pouco (fica mais fácil de manusear). Coloquei os demais ingredientes e misturei. Tirei uma colherada da massa, coloquei sobre a tábua, polvilhada com a farinha de trigo, fiz a cobrinha e cortei os pedacinhos. Testei na água fervendo com um fio de azeite. Experimentei.  De primeira já deu o ponto, estava ótimo. Bem macio. Coloquei uma assadeira com papel toalha, polvilhado com farinha do lado da tábua, fui fazendo as cobrinhas, cortando e pondo na assadeira. Depois, enchia a escumadeira com as pseudo-bolinhas e ia afundando na água, mexendo de leve para não grudar. É bem rápido. Quando o nhoque sobe para a superfície da panela, tá pronto. É bom servir logo, bem quentinho, com um bom molho por cima.
Essa foi a provinha. Com molho, claro!
 

NHAM!

Depois dessa 'maravilha toda' vou agora correr pra pegar a aula de step!!!

domingo, 12 de setembro de 2010

PUTAnesca!


Um sabadão delicioso em família, pedia uma comidinha especial. Antes do convite, a dúvida: o que fazer? Que receita testar??? Vendo fotos e mais fotos, me deparei com um belíssimo prato de Macarrão `a Putanesca. O olho bateu, o estômago sorriu e o cérebro reagiu: é esse! Convite feito, convite aceito. Corrida para comprar os ingredientes que faltavam e chegaram todos.
Como é bom farra na cozinha! Para mim, são as melhores.
Vinho na taça, ingredientes no balcão e o som dando o ritmo do preparo.
De entradinha, rolou um patezinho de shitak com abobrinha nas torradinhas de Mamãe e uma conserva de beterraba deliciosa que meu Padrasto fez. Meu irmão pôs o avental e ajudou em tudo... Foi tudo muito gostoso. Encontramos uma alcaparra enorme espanhola, deliciosa, que deu um charme extra ao prato.

Vamos `a receita:

Usei 1 caixa daquele pene colorido da barilla, para 5 pessoas boas de garfo

150 ml de azeite
2 latas de aliche
2 latas de tomates pelados
150ml de polpa de tomate
15 alcaparrões fatiados
100g de azeitona preta picada
2 dentes de alho amassados
sal e pimenta calabresa `a gosto

Coloque o azeite, o alho e o aliche na panela. Refogue até o aliche se desmanchar sozinho. Acrescente os tomates grosseiramente picados e a polpa. Deixe cozinhar até desmanchar (uns 20 minutos). Junte a azeitona e a alcaparra, o sal e a pimenta.
 Na falta de parmesão, pus queijo itálico ralado na hora

Como a conversa estava muito boa, deixamos o molho cozinhar muito mais tempo, acrescentando um pouco mais de polpa, sempre que necessário. Há várias versões sobre a origem do termo 'putanesca'. A que eu ouvi mais vezes, é que essa receita era feita por senhoras casadas salientes, que a preparavam bem rapidinho, deixavam o molho cozinhando num fogo bem baixinho e iam fazer coisas que os maridos não podiam ver. Quando os maridos chegavam em casa, diziam que haviam passado o dia cozinhando...



Uma delícia. Somente.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Macaxeira: dava para ser mais versátil, dona raíz?



Minha nossa, como é bom ser pernambucana e ter macaxeira assim, disponível em toda esquina! E o precinho? Na feira em algumas épocas, chega a custar R$ 0,50 o quilo!
É uma raiz muito especial, cheia de lendas (veja aqui), nativa do Brasil, tradicionalmente cultivada pelos índios,  que adaptadas aos quitutes portugueses,  tornou bastante peculiar a culinária daqui. Vai em bolos maravilhosos, misturada com coco, bolinhos, frita, ensopada, atolada, com queijo coalho e carne de sol, só na manteiguinha de garrafa, com ovo... Quase tudo que você misturar com ela vai bem...
E os subprodutos, então? Beiju, tapioca, sorvetes!
Fiquei especialmente satisfeita com a macaxeira, depois que li essa matéria aqui, meninas... É deliciosa, barata, super-nutritiva e incrivelmente versátil.
Na receitinha de hoje, usei a macaxeira cozida do café da manhã do dia anterior, que maridinho fez. Já contei que conquistei ele levando macaxeira de presente???
hahaha funcionou, viu gatas? ;)


+ou- 400g de macaxeira cozida e amassada
200g de carne moída
1colher de sopa de extrato de tomate
1 pitada de cominho em pó
Manteiga de garrafa
1/2 tomate, 1/2 cebola, 1 dente de alho, um pedacinho de pimentão vermelho picadinhos
cebolinha e majericão fresco, picados
sal, pimenta-do-reino e uma pitada de açafrão


Refogue as verduras na manteiga de garrafa e acrescente a carne e o cominho. Tempere com sal e pimenta e mexa até cozinhar. Jogue a macaxeira, o extrato de tomate e acrescente água (pode ser leite também) até atingir a textura cremosa de um purê durinho. Coloque o açafão, acerte o sal e finalize com a cebolinha, o manjericão e um pouquinho de manteiga de garrafa.

 Lá vem o ambulante gritando:
"Macaxêêêêêêêira! Pra comer de mamadêêêêira!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Mousse de Chocolate


Aerado, chocolatão, gelado e crock-crock.
Há tempos não fazia sobremesa e precisava muitíssimo comer um doce (mesmo que não tão doce).Por esses dias, conheci um rapaz, vegetariano e que há 2 anos não comia nada doce. Nada, nem mel.
Fiquei realmente 'inédita' com o fato. Como uma pessoa pode ser feliz na vida sem açúcar?, perguntei a ele. Não lembro da resposta que ele me deu... Entrou por um ouvido e saiu pelo outro.
Não, não, não.
Impossível de imaginar... Não é normal...
Poxa vida, rapaz... Recusar um doce de caju??? É loucura. A vida sem geleia??? Como pode? Até os diabéticos hoje em dia, tem acesso a felicidade de comer um pudim!
Para me curar de tanta perplexidade, só esse Mousse de Chocolate.

Receita:

1 barra (175g) de chocolate amargo 55% cacau
1/2 frasco de cereja ao maraschino picadas em 4
1/3 de xícara de castanhas torradas, quebradinhas
1 lata de creme de leite
2 claras batidas em pico
1 colher de chá de essência de baunilha
2 colheres de sopa de açúcar


Numa tijela de vidro, derreta o chocolate picado no microondas (põe 1 minuto, abre, mexe um pouquinho, repete essa operação até ficar completamente derretido). Com um fuê, misture o creme de leite ao chocolate. Bata as claras até até formar picos. Acrescente a baunilha e o açúcar e bata bem. Misture `a tijela do chocolate, coloque a castanha e as cerejas e ponha na geladeira por umas 3 horas. Se preferir, coloque já em forminhas individuais. :p


Tão deliciso e bonito, que não resisti e pus um montão de fotos

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Pra Comer Rezando - Macarrão Ave-Maria


Manhã de bobeira, resolvemos dar uma caminhadinha e aproveitar para fazer as compras. Mochila nas costas, fomos num super-mercado distante 1,5km de casa. Me surpreendi com uma montão de ingredientes diferentes nas prateleiras, entre eles o cuscuz de arroz e o danadinho do Macarrão Ave Maria. A princípio pensei em coloca-lo numa sopa, já que é uma massinha bem curta. Cheguei em casa, e ela, a criatividade, voltou a me visitar...  Uma fome danada (maior roubada é fazer compras com fome!), finalmente cheguei ao Menu do dia: seria o macarrão com um molho de tomates e verdinhos bem denso e picante com linguiça portuguesa. Ficou MUITO, MUITO gostoso. O 'segredinho' aqui foi picar bem miudinho todos os ingredientes, para que nada ficasse maior que a massa.

RECEITA!

Molho:
4 tomates grandes bem maduros picadinhos (com casca, semente e suco)
1 cebola grande ralada
1 dente de alho espremido
1/2 linguiça portuguesa picadinha
15 folhas de escarola picada BEM fininha
tomilho, sal, pimenta calabresa e azeite

Doure a cebola e o alho no azeite. Acrescente os tomates e deixe cozinhar bastante e fogo baixo e panela tampada, até que esteja bem grosso. Salgue, tempere com um pouco do tomilho e a pimenta calabresa. Numa frigideira com um fio de azeite, asse a linguiça e jogue a chicória até murchar. Misture no molho e apague o fogo.

Massa pronta e no prato, coloque 1 colher de sopa bem cheia de mussarela picadinha e derrame a concha de molho por cima. HUUUM


cheia de graça

Detalhe 1: Calorias? O que é isso?
Detalhe 2: Cuidado! A pimenta calabresa é uma delícia de ardida!