quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Gnocchi da Fortuna


                                                                 
Conta a lenda, que num dia 29 qualquer, na Itália, um andarilho bateu num casebre, pedindo comida. A família, mesmo numerosa e com pouca comida, dividiu o rango com o pobre homem. 7 bolotinhas de nhoque em cada prato. O senhor comeu,agradeceu e foi embora. Quando foram tirar os pratos da mesa, pasmem!, embaixo de cada prato, havia uma cédula de dinheiro!.O andarilho era ninguém menos que São Genaro e por isso, todo dia 29 é dia de Nhoque, ou Gnocchi ;) A tradição diz que comer os primeiros 7 pedaços de pé, com uma cédula de dinheiro embaixo do prato, garante fortuna e fartura durante todo o mês.

É um prato delicioso, muito barato e relativamente fácil de fazer. Cheguei a tirar o espinafre e a ricota da geladeira, mas como há anos não fazia, resolvi ficar com a receita clássica mesmo: massa de batata e molho a bolonhesa. O fogo de nhoque é que quando sai errado, não tem conversa, nem parmesão que dê jeito... Por isso é legal ir pondo a farinha aos pouquinho e com a água já fervendo na panela, testar pequeníssimas porções. A média é mais ou menos assim: uma batata grande e três tomates por cada prato. Deixei logo o molho prontinho na panela, cozinhando num fogo bem baixo, enquanto cozinhava o nhoque.

Ingredientes (para 2 pratos BEM grandes):
Massa:
2 batatas grandes
1/2 xícara de farinha de trigo (um pouco mais, um pouco menos, dependendo da batata)
1 colher de sopa de manteiga
1 colher de sopa bem cheia de parmesão ralado
1 ovo
1 pitada de sal

Preparo:
Fiz primeiro o molho.
Descasquei as batatas e cozinhei até ficarem beeeem molinhas. Numa bacia, amassei com um garfo, esperei esfriar um pouco (fica mais fácil de manusear). Coloquei os demais ingredientes e misturei. Tirei uma colherada da massa, coloquei sobre a tábua, polvilhada com a farinha de trigo, fiz a cobrinha e cortei os pedacinhos. Testei na água fervendo com um fio de azeite. Experimentei.  De primeira já deu o ponto, estava ótimo. Bem macio. Coloquei uma assadeira com papel toalha, polvilhado com farinha do lado da tábua, fui fazendo as cobrinhas, cortando e pondo na assadeira. Depois, enchia a escumadeira com as pseudo-bolinhas e ia afundando na água, mexendo de leve para não grudar. É bem rápido. Quando o nhoque sobe para a superfície da panela, tá pronto. É bom servir logo, bem quentinho, com um bom molho por cima.
Essa foi a provinha. Com molho, claro!
 

NHAM!

Depois dessa 'maravilha toda' vou agora correr pra pegar a aula de step!!!

domingo, 12 de setembro de 2010

PUTAnesca!


Um sabadão delicioso em família, pedia uma comidinha especial. Antes do convite, a dúvida: o que fazer? Que receita testar??? Vendo fotos e mais fotos, me deparei com um belíssimo prato de Macarrão `a Putanesca. O olho bateu, o estômago sorriu e o cérebro reagiu: é esse! Convite feito, convite aceito. Corrida para comprar os ingredientes que faltavam e chegaram todos.
Como é bom farra na cozinha! Para mim, são as melhores.
Vinho na taça, ingredientes no balcão e o som dando o ritmo do preparo.
De entradinha, rolou um patezinho de shitak com abobrinha nas torradinhas de Mamãe e uma conserva de beterraba deliciosa que meu Padrasto fez. Meu irmão pôs o avental e ajudou em tudo... Foi tudo muito gostoso. Encontramos uma alcaparra enorme espanhola, deliciosa, que deu um charme extra ao prato.

Vamos `a receita:

Usei 1 caixa daquele pene colorido da barilla, para 5 pessoas boas de garfo

150 ml de azeite
2 latas de aliche
2 latas de tomates pelados
150ml de polpa de tomate
15 alcaparrões fatiados
100g de azeitona preta picada
2 dentes de alho amassados
sal e pimenta calabresa `a gosto

Coloque o azeite, o alho e o aliche na panela. Refogue até o aliche se desmanchar sozinho. Acrescente os tomates grosseiramente picados e a polpa. Deixe cozinhar até desmanchar (uns 20 minutos). Junte a azeitona e a alcaparra, o sal e a pimenta.
 Na falta de parmesão, pus queijo itálico ralado na hora

Como a conversa estava muito boa, deixamos o molho cozinhar muito mais tempo, acrescentando um pouco mais de polpa, sempre que necessário. Há várias versões sobre a origem do termo 'putanesca'. A que eu ouvi mais vezes, é que essa receita era feita por senhoras casadas salientes, que a preparavam bem rapidinho, deixavam o molho cozinhando num fogo bem baixinho e iam fazer coisas que os maridos não podiam ver. Quando os maridos chegavam em casa, diziam que haviam passado o dia cozinhando...



Uma delícia. Somente.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Macaxeira: dava para ser mais versátil, dona raíz?



Minha nossa, como é bom ser pernambucana e ter macaxeira assim, disponível em toda esquina! E o precinho? Na feira em algumas épocas, chega a custar R$ 0,50 o quilo!
É uma raiz muito especial, cheia de lendas (veja aqui), nativa do Brasil, tradicionalmente cultivada pelos índios,  que adaptadas aos quitutes portugueses,  tornou bastante peculiar a culinária daqui. Vai em bolos maravilhosos, misturada com coco, bolinhos, frita, ensopada, atolada, com queijo coalho e carne de sol, só na manteiguinha de garrafa, com ovo... Quase tudo que você misturar com ela vai bem...
E os subprodutos, então? Beiju, tapioca, sorvetes!
Fiquei especialmente satisfeita com a macaxeira, depois que li essa matéria aqui, meninas... É deliciosa, barata, super-nutritiva e incrivelmente versátil.
Na receitinha de hoje, usei a macaxeira cozida do café da manhã do dia anterior, que maridinho fez. Já contei que conquistei ele levando macaxeira de presente???
hahaha funcionou, viu gatas? ;)


+ou- 400g de macaxeira cozida e amassada
200g de carne moída
1colher de sopa de extrato de tomate
1 pitada de cominho em pó
Manteiga de garrafa
1/2 tomate, 1/2 cebola, 1 dente de alho, um pedacinho de pimentão vermelho picadinhos
cebolinha e majericão fresco, picados
sal, pimenta-do-reino e uma pitada de açafrão


Refogue as verduras na manteiga de garrafa e acrescente a carne e o cominho. Tempere com sal e pimenta e mexa até cozinhar. Jogue a macaxeira, o extrato de tomate e acrescente água (pode ser leite também) até atingir a textura cremosa de um purê durinho. Coloque o açafão, acerte o sal e finalize com a cebolinha, o manjericão e um pouquinho de manteiga de garrafa.

 Lá vem o ambulante gritando:
"Macaxêêêêêêêira! Pra comer de mamadêêêêira!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Mousse de Chocolate


Aerado, chocolatão, gelado e crock-crock.
Há tempos não fazia sobremesa e precisava muitíssimo comer um doce (mesmo que não tão doce).Por esses dias, conheci um rapaz, vegetariano e que há 2 anos não comia nada doce. Nada, nem mel.
Fiquei realmente 'inédita' com o fato. Como uma pessoa pode ser feliz na vida sem açúcar?, perguntei a ele. Não lembro da resposta que ele me deu... Entrou por um ouvido e saiu pelo outro.
Não, não, não.
Impossível de imaginar... Não é normal...
Poxa vida, rapaz... Recusar um doce de caju??? É loucura. A vida sem geleia??? Como pode? Até os diabéticos hoje em dia, tem acesso a felicidade de comer um pudim!
Para me curar de tanta perplexidade, só esse Mousse de Chocolate.

Receita:

1 barra (175g) de chocolate amargo 55% cacau
1/2 frasco de cereja ao maraschino picadas em 4
1/3 de xícara de castanhas torradas, quebradinhas
1 lata de creme de leite
2 claras batidas em pico
1 colher de chá de essência de baunilha
2 colheres de sopa de açúcar


Numa tijela de vidro, derreta o chocolate picado no microondas (põe 1 minuto, abre, mexe um pouquinho, repete essa operação até ficar completamente derretido). Com um fuê, misture o creme de leite ao chocolate. Bata as claras até até formar picos. Acrescente a baunilha e o açúcar e bata bem. Misture `a tijela do chocolate, coloque a castanha e as cerejas e ponha na geladeira por umas 3 horas. Se preferir, coloque já em forminhas individuais. :p


Tão deliciso e bonito, que não resisti e pus um montão de fotos

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Pra Comer Rezando - Macarrão Ave-Maria


Manhã de bobeira, resolvemos dar uma caminhadinha e aproveitar para fazer as compras. Mochila nas costas, fomos num super-mercado distante 1,5km de casa. Me surpreendi com uma montão de ingredientes diferentes nas prateleiras, entre eles o cuscuz de arroz e o danadinho do Macarrão Ave Maria. A princípio pensei em coloca-lo numa sopa, já que é uma massinha bem curta. Cheguei em casa, e ela, a criatividade, voltou a me visitar...  Uma fome danada (maior roubada é fazer compras com fome!), finalmente cheguei ao Menu do dia: seria o macarrão com um molho de tomates e verdinhos bem denso e picante com linguiça portuguesa. Ficou MUITO, MUITO gostoso. O 'segredinho' aqui foi picar bem miudinho todos os ingredientes, para que nada ficasse maior que a massa.

RECEITA!

Molho:
4 tomates grandes bem maduros picadinhos (com casca, semente e suco)
1 cebola grande ralada
1 dente de alho espremido
1/2 linguiça portuguesa picadinha
15 folhas de escarola picada BEM fininha
tomilho, sal, pimenta calabresa e azeite

Doure a cebola e o alho no azeite. Acrescente os tomates e deixe cozinhar bastante e fogo baixo e panela tampada, até que esteja bem grosso. Salgue, tempere com um pouco do tomilho e a pimenta calabresa. Numa frigideira com um fio de azeite, asse a linguiça e jogue a chicória até murchar. Misture no molho e apague o fogo.

Massa pronta e no prato, coloque 1 colher de sopa bem cheia de mussarela picadinha e derrame a concha de molho por cima. HUUUM


cheia de graça

Detalhe 1: Calorias? O que é isso?
Detalhe 2: Cuidado! A pimenta calabresa é uma delícia de ardida!

sábado, 28 de agosto de 2010

Inspiração é fogo...


Há dias em que tudo está lindo e só de ver o sol brilhar, começam a surgir idéias e mais idéias... Mas tem hora que não rola: você espreme, puxa e repuxa e não sai do lugar. É interessante notar que muitas vezes a obrigação traz a inspiração. Aquela coisa do ‘Se não, fudeu’.  Nesses casos, sempre lembro de 2 músicas, grandes sucessos da MPB: Luiza e Anos Dourados.
Fico imaginando Tom Jobim e Chico Buarque no processo de criação: será que eles se debatiam horas numa oração? Será que eles se irritavam com os prazos?
Acho que não. As vezes precisamos mesmo desse tempo, dessa data limite, para as coisas saírem meio que sozinhas da mente. Como um botão? Não. Mais como coceira do que como botão. E a fonte das palavras? De onde brota? De onde vem?
"A palavra certa, que faça o mundo andar"

4 musiquinhas para pensar nisso enquanto se faz o almoço - sem a mínima inspiração

Hebert Vianna:





Essa tá no meu Top10 de musicas lindas. Sei que foi feita sob encomenda para um papel numa novela que Vera Ficher interpretou nos anos 80...



Essa, também para abertura de novela, já chegou com o título. Tom e Chico arrasaram...


De onde???????


Da transpiração!

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Quibe de Bandeja:
1 xícara de soja
1 xícara de trigo para quibe
1/2 colher de chá de cominho em pó
1 colher de chá de canela em pó
1 colher de chá de mostarda em pó
1 xícara de coentro e cebolinha picados
1 cebola picada
1 tomate picado
2 dentes de alho picados
1/2 xícara de folhinhas de hortelã bem picadinha
Sal, pimenta do reino e azeite

Preparo:
Cubra o trigo com água. Hidrate a soja como manda o figurino. Refogue a soja com metade de todos os ingredientes, menos a hortelã. Coe o trigo, espremendo bem. Misture tudo (a soja refogada, o trigo, o resto dos temperos e a hortelã. Unte uma refratária pequena com azeite e coloque o quibe, apertando bem na forma. Risque quadradinhos (do tamanho de uma porção) e derrame azeite nas divisões. Asse até dourar em fogo alto (uns 30 minutos).

Já no prato, regue com azeite e gotinhas de limão. É ótimo com carne no lugar da soja também...

Purê de milho com queijo

ingredientes:
1 xícara de milho debulhado e cozido em água e sal (tenho ainda congelado do São João!)
2 xícaras de leite
1 colher de sopa + 1 de chá de manteiga
1 fatia de queijo prato
3 colheres de sopa de parmesão ralado.

Preparo:
Bata o milho no liquidificador com o leite. Derreta a colher de manteiga na panela e despeje o milho batido. Não pare de mexer. Quando começar a ferver, adicione os queijos. Misture bem até incorporar. Desligue o fogo, junte a colher de chá de manteiga.

+ Arroz integral descongelado com ervilhas
+ Salada de alface com tomates, no azeite, vinagre de laranja e gersal


Tomates Lindões!




:p

sábado, 14 de agosto de 2010

Leite de Pedra Magmática

Há mais de 45 anos cientistas pesquisam as rochas magmáticas nos Andes. Foram encontradas pequenas protuberâncias nas pedras, muito parecidas com mamilos, das quais brotavam um fino líquido vermelho fosforescente. Um grupo de pesquisa liderado pela Dra. WhoMommy começou a estudar o fenômeno e descobriram um grande potencial nutritivo no tal líquido. Batizado de “Leite de Pedra”, foi constatado que nada em toda a natureza tem tantas vitaminas e sais minerais. Recentemente testes com alguns tipos de hormônios foram injetados nas protuberâncias, o que intensificou a produção do leite. 


A partir deste mês , graças a essa tecnologia, você pode encontrar o Leite de Pedra Magmática para substituir até 2 refeições diárias! É só por no microondas por 1 minuto, agitar o potinho e ter a explosão de nutrientes completamente natural todos os dias! 

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Loucura? Pois é o que sinto vendo certas propagandas de alimentos industrializados. A última de um macarrão instantâneo, com fogões passeando pela roça e as cozinheiras colhendo vegetais frescos, é realmente surreal... Como podem? Estão querendo enganar a quem???
Outra propaganda diz “fulana, arroz perfeito há um ano”???
Por que caralhos substituir uma cebola e um alho picados em menos de um minuto e muito mais barato por uma m**** de pó branco, fino e brilhante, que você nunca viu mais gordo?
Vamos combinar, né???
E a de um complemento alimentar infantil? Fofo o ‘gostí' do pequeno, rapaz... Mas a Mamãe dizendo que também ‘gostí’? Ô mamãe... Já vi muitas tias batendo de tudo, até inhame no leitinho e dando de gagau pros priminhos... Tudo aí, saudável que só eles...
Sei não...
Já tem comida em capsulas, gente!
Ai, talvez tomar com um copo de água não seja tão higiênico, né? INJETA NA VEIA!
Cadê a comida de verdade?
EM EXISTINÇÃO nos supermercados.


AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH




Menu Revoltado e Rápido de Hoje:





Arroz com Chicória e Gersal
Peixe assado com Gengibre e Wassabi
Salada

Arroz:
1 xícara de arroz integral cozido sem sal
6 folhas de chicória picada fina
1/2 cebola
2 dentes de alho
1/2 colher de sopa de gersal*

Cozinhe 1 parte de arroz integral para 4 de água.
Refogue alho, cebola e quando estiver dourado, acrescente a chicória. Deixe murchar e junte o arroz. Jogue o gersal mexa bem para incorporar e desligue.

Peixe:
4 filés de merluza, ou peixe de sua preferência.
Sal, Azeite para untar a assadeira
Wassabi em pó
Gengibre ralado (a mesma quantidade de limão
Raspas de 1 limão
Shoyo

Coloque 1 fio de azeite na assadeira e espalhe. Salgue LEVEMENTE os peixes. Em um pires, misture as raspas de limão, a mesma quantidade de gengibre ralado, 2 colheres de chá de Wassabi em pó e 6 colheres de chá de shoyo. Distribua essa pastinha uniformemente sobre os filés. Corte o limão em rodelas finas e coloque por cima. Forno alto por uns 30 minutos (até a assadeira ficar quase seca) - depende muito do forno.

Salada:
5 folhas grandes de alface crespa
5 folhas grandes de alface lisa
2 tomates bem maduros
1 colher de sopa de hortelã picadinha
1 manga de vez (bem durinha)

Lave tudo, pique do jeito que achar mais bonito e monte a saladeira.

Molho da salada:
3 colheres de sopa de shoyo
1 colher de chá de wassabi em pó
1 colher de chá de gengibre
1 colher de chá de pimenta
1 colher de chá de óleo de gergelim torrado


*gersal = gergelim torrado com sal. Pode ser feito na frigideira mesmo, sempre mexendo. Quando começar a pipocar, despeja no liquidificador e tritura. É bom em tudo e misturado ao requeijão é tido como o melhor substituto da manteiga em pães e torradas.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Sopa Francesa de Cebola






Essa sopa tem história. Foi um dos primeiros pratos que me arrisquei a fazer logo que Mamãe comprou o livro ‘A Boa Mesa’, que foi muito, muito usado lá em casa. Eu devia ter uns 14 anos e pirei em cozinhar algo com tanta manteiga. Mamãe, na mesma época, havia comprado uma coleção inteira de temperos. Nos rótulos dos potes vinham informações sobre a origem da planta, escolas culinárias que eram mais utilizados e em que tipos de preparo. Era uma deliciosa aula para a família toda... Tinha até um frasquinho com Bouquet Garni, com umas 6 bolinhas de tecido bem amarrados...
Ai, como eu queria usá-lo! Era inverno, em Garanhuns, um frio danado... Fiz a sopa e foi um sucesso: todos adoraram e eu mais ainda, me achando MUITO chic servindo pratos individuais tirados do forno...

Queria comer uma sopinha que esquentasse o coração. Lembrei-me de uma soparia ótima, que fica na zona sul da cidade... Na chuva, de moto, tomar sopa?
Não..., pode deixar nego troncho...
Abri a geladeira: muitas cebolas. ‘CLARO, é hoje!’.
Sabia que marido iria enlouquecer com essa sopa. Ele é louco por manteiga.
De vez em quando eu pensava nela, mas com o calorão que faz normalmente em Recife, não rola...
E Recife agora está frio - será que o filme de Kleber Mendonça foi uma profecia?

Sopa Francesa de Cebola :
serve 2 pessoas

3 cebolas médias em rodelas finas
1/3 de pote de manteiga (+ou- 80g)
500 ml de caldo de carne (natural, please)
100 ml de vinho branco (o que vai ser servido junto com a sopa)
1 bouquet garni (tomilho, louro, salsão, enrolados numa folha de alho-poró)
Sal e pimenta branca
Pão francês torrado e queijo gruyere ralado (substituí por um pão fofo redondo e por queijo gouda)

Refogue bem a cebola na manteiga (até ficar bem transparente), acrescente o vinho, deixe evaporar um pouco. Junte o bouquet garni e depois caldo de carne e cozinhe em fogo baixo por uns 25 minutos. Retire o bouquet,  ponha sal e pimenta branca - cuidado com sal por conta do queijo . Coloque em sopeiras individuais, a torrada e salpique o queijo. Asse em forno alto até o queijo derreter. Como eu queria o queijo mais torradinho e não tenho grill no forno, finalizei com o maçarico.  






ps.: usei tomilho seco e louro idem, por isso o gaze amarrando tudo.
P.s.2: como estava sem o livro, dei uma googlada em várias receitas. Achei uma em que uma criatura que está morando na França colocou “manteiga OU MARGARINA” PELOAMORDEDEUSAIMEUOVO! crees?
*tenso*
Ps.3:Contra-indicada para quem tá com o colesterol alto!!!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Caldos

Interessante isso de aproveitar restinhos de tudo. Quando morava só e somente só, o desperdício de alimentos era um grande problema. Comecei a criar soluções malucas e não desperdiçava mais nada. Cascas e cabeça de camarão viravam caldos, o bagaço virava bolinhos, que eu temperava, acrescentava ovo, soja hidratada e farinha de trigo, fritava e servia de tira-gosto. Faziam maior sucesso...
Os restos de verduras, fazia caldos também, hoje em dia bem melhores graças a esses escritos de La Cuccinetta - ô serviço de utilidade pública o blog dessa menina! Restos de carnes, carcaça de frango, ossos e cabeças de peixe... CALDO. Desenvolvi o método de botar os caldos em caçambas de gelo, congelar e depois guardar em saquinhos... Me achava muito esperta e original fazendo isso, até que ano passado peguei uma revista Gula do meu irmão, só falando de caldos, ensinando a fazer os cubinhos...
Fiquei com aquela sensação de ‘ué, não fui eu que inventei isso não???’  Pôôô :s

quarta-feira, 21 de julho de 2010

As carnes, As Tortas e Os Rocamboles



Há algum tempo, eu tinha 3 calos na cozinha: carne bovina, rocambole e massas de tortas (empadão, tortas doces...) 

Numa madrugada insone, vi de cabo a rabo,  o DVD do mestre das carnes Marcos Bassi. Ele explica tudo tim-tim-por-tim-tim, tem até um projeto de churrasqueira perfeita no DVD. Achei uma video-aula interessantíssima! Fiquei dias repassando a lição do “bem-passado, ao ponto e mal-passado’ que ele ensina na parte do gordinho da mão abaixo do polegar... A frase-verdade do DVD, que ele repete mil vezes, é: “não existe carne de segunda e sim animal de segunda”.
Valeu muito a pena. Fogo foi depois de ver mil tipos de carne, convencer o estômago a digerir um sanduíche de queijo...

Comecei com a ‘carne-sem-erro’, contra-filé, que acho até mais saborosa que o mignon... Depois fui me aventurando em outros tipos de carnes, cá e acolá dando uma bispada no 'mapa de anatomia' do boi e tudo foi dando certo. 
Trauma resolvido. 

O segundo trauma, acabei de resolver: massas para tortas. Fiz algumas vezes na adolescência e nunca dava 100% certo. E como eu gosto muito e não é nada light, nunca fiz muita questão de aprender...  Me aventurei a princípio a fazer um pastel Lolita para a festa de aniversário do meu irmão.  Ficaram deliciosos e foram devorados antes de esfriar completamente - e de serem fotografados - mais uma receita que fico devendo aqui.

Queria MUITO fazer uma torta doce. Mas todas as receitas que eu pegava, exigia balança  (não tenho ainda). E também não tinha forma com fundo removível. Essa semana comprei a forma. TINHA que fazer uma torta. Na própria forma, havia uma receita de torta de morango. Tinha todos os ingredientes em casa. Apesar de ser uma massa, um creme e uma cobertura muito da fuleira, não exigia balança. Então eu não tinha para onde correr. Fiz dobrando a receita da massa, pois como sou café-com-leite nessa arte, não consegui forrar nem metade da forma com uma única receita. Nesse ponto, esqueci um pequeno-grande detalhe: essa massa leva fermento, então ela ficou muito mais grossa que o normal. 



Cá para nós: não gosto da espessura ‘normal’ finíssima dessas massas de torta por aí. Quando a massa é gostosa e sequinha, acho que ela pode ser da mesma altura do recheio... Bem, se você tem uma forma com fundo removível e, como eu não tem balança, aventure-se. Em todas as fases eu pensava: pô e faz assim? Nossa, amido de milho no recheio é golpe baixo... Gelatina na cobertura é o Ó... Mas, como estava tentando seguir uma receita uma vez na vida, fiz direitinho. E a torta acabou rapidíssimo... Eu perguntava aos brothers: o que vocês acharam da massa? ‘tá ótima’ e o recheio ‘delícia’... 
Impressionante. Fácil e baratíssima. E ficou linda, vamo combinar... hehehe







Receita:
massa:
2 colheres de sopa de manteiga
2 colheres de sopa de óleo
1 ovo
2 colheres de sopa de açúcar
1 colher de sopa rasa de fermento químico
farinha de trigo até desgrudar da mão

recheio:
1 lata de leite condensado
1 lata de creme de leite
3 gemas
3 copos de leite
1 colher de sopa de amido de milho

cobertura
gelatina de morango
2 caixas de morango

Preparo:
1.Prepare a gelatina conforme a embalagem e deixe na geladeira, pois ela precisa estar em ponto de clara de ovo, pois se estiver líquida, penetrará na massa.
2.Faça o recheio: misture todos os ingredientes e cozinhe mexendo sempre até ficar bem cremoso. Cuidado para não empelotar. Deixe esfriar para rechear a torta.
3. Misture todos os ingredientes da massa, acrescentando farinha de trigo até soltar das mãos. Forre a forma sem untar, fure a massa com um garfo e asse em fogo médio de 10 a 15 segundos, até 
dourar.

Montagem: deixe a massa esfriar um pouco, enquanto isso, corte os morangos na diagonal. Coloque o creme, os morangos e delicadamente a gelatina em ponto de clara, pois assim ela fica na superfície. Levar a geladeira por no mínimo 4 horas. :p




Só para finalizar o exorcismo dos traumas, rocambole só tentei fazer uma única vez, quando era teen, de uma receita retirada de um saquinho de queijo ralado. Era de batata, por isso a massa ficou muitíssimo mole e me causou um imenso aperreio. Quando fui enrolar, a bicha quebrou ao meio, com a carne moída já em cima... Trash. Ficou gostoso, mas muito, muito feio. 
Então é isso: fico devendo pasteis Lolita e um belíssimo rocambole ;)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Acepipe de Batatinhas




Comemoro sempre quando encontro essas mini-batatas...
Para conservinhas rápidas e avinagradas, tira-gosto, em carnes assadas e galinhas de molho, nada melhor...
Tenho usado muito chicória em pratos cozidos. Ela tem um sabor levemente amargo e textura firme, que em combinação com a maciez das batatas formam uma dessas ‘misturas perfeitas’. A chicória pode ser utilizada substituindo couve em pratos diversos.

Acepipe de Batatinhas com Chicória:

1/2 kg de batatinhas cozidas (coisa de 8 minutos)
3 dentões de alho
10 folhas de chicória picada grande
Sal, pimenta-do-reino e tomilho
Azeite, limão

Azeite na frigideira, doure levemente o alho picado, acrescente as batatinhas, o sal, o tomilho e a pimenta. Deixe dourar um pouco e acrescente a chicória. Quando as folhas mudarem de cor, está pronto. Jogue gotinhas de limão antes de servir num pratão bem bonito e cheio de garfinhos...
Ótimo com cervejinha gelada ou com vinho.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Sanduíche Matinal do Bem



Dia de chuva, nada melhor que um chá bem quentinho para acordar...
Uma fominha boa, sanduíche é a pedida.

2 fatias de pão de forma integral torradas
1/2 lata de tomates pelados
1 dente de alho grande
Azeite, pimenta-do-reino e sal
2 fatias grandes de ricota
Algumas folhas de rúcula
Orégano

Refogue o alho picado no azeite e jogue os tomates, picados grosseiramente. Deixe secar um pouco, adicione o sal e a pimenta e coloque sobre a torrada. Arrume as folhas de rúcula, coloque um fio de azeite; finalmente, arrume a ricota, regue com azeite e salpique o orégano. Ficou ótimo com chá de maçã com canela.:-)



domingo, 30 de maio de 2010

Risoto de Alho-poró com Páprica Picante, Fatias de Pernil com ChutneyLove e Salada de alface roxa com Vinagre de Laranja.

O Comadre Fulorzinha é mesmo F***. Sempre tem umas coisinhas irresistíveis. Dessa vez, minhas apostas foram no vinagre de laranja. Não decepcionou. O almoço saiu depois da organização dos vegetais. Tinha umas fatias do Pernil do Dia das mães bem embaladinho, gritando "ME COMA" do fundo da geladeira, metade de um alho-poró, arroz Guin tabém já meio 'antigo' (que sobrou da Sushizada Maluca) e uma páprica picante que eu tava louca para experimentar.

Vamos às receitas:

Fatias de Pernil ao ChutneyLove

Algumas fatias de pernil assado e bem dormido
ChutneyLove (é o apelido carinhoso que meu marido pôs no Chutney de Pimenta Dedo-de-Moça, receita que eu criei e em breve estarei comercializando)

Coloque as fatias bem juntinhas numa assadeira, depois lambuze com o Chutney de Pimenta e asse um pouco, até dar uma leve secada. (coisa de 8 minutos em fogo alto)

Salada de Alface Roxa com Vinagre de Laranja:

Alface Roxa
Alface Crespa
Hortelã
Cenoura no vapor

As folhas: limpas, secas e rasgadas.
Molho: Azeite, vinagre de laranja e gersal (gergelim torrado, moído com sal marinho), misturadinhos na molheira, para colocar na hora, no próprio prato.


Risoto de Alho-poró com Páprica Picante


Eu li no rótulo do arroz Guin* que ele pode ser usado em receitas italianas, então achei que daria um bom risoto. Ficou perfeito.


1/2 caneca de arroz Guin
+ou- 700 ml de água quente (o pulo do gato: usei a água que havia feito o branqueamento da cenoura, com 1/2 pacotinho de sazon amarelo + 1 colher de chá de páprica picante dissolvidos nesse água)
1/2 Alho-poró
1/2 colher de sopa de manteiga

Refogue levemente o alho-poró e o arroz na manteiga. Vá acrescentando aos poucos conchas do caldo fervente, até o arroz ficar cremoso e al dente. Tá pronto!










*usado tradicionalmente para sushi

sábado, 22 de maio de 2010

Tempero Verde





Esse temperinho é maravilhoso para ser usado no feijão, em carnes, soja e em galinha. Sempre adorei uma galinha guisada que serviam na casa da sogra de uma tia minha. Tentei muito reproduzir sem sucesso. Um belo dia, vi a cozinheira fazendo e depois peguei a receita com minha tia. É simples, rápido, barato e SALVA GERAL . É engraçado como muda o sabor dele mais cozido e dele mais cru. Gosto de colocar no feijão e desligar o fogo. No bife, aproveitando a graxa da frigideira também fica ótimo. Dura uns 2 meses na geladeira.

Você vai precisar:
3 cebolas
6 dentes de alho grande
1 molho de coentro (use os talos até bem perto da raiz, para aproveitar bem)
1 molho de cebolinha
1 pimentão verde
1 tomate grande
6 pimentas de cheiro (opcional)
pimenta-do-reino à gosto
Quanto baste de vinagre

Picar e colocar tudo no liquidificador. Coloque 1 dedo de vinagre e tente bater, se conseguir ótimo, se o liquidificador engasgar, bote mais um pouco, até conseguir bater bem e a mistura ficar uniforme. Coloque em um frasco de vidro esterilizado e guarde na geladeira.

Obs.: essa receita é um pouco grande, separe 2 frascos, fique com um pra você e presenteie algum querido.= :-)

sábado, 15 de maio de 2010

Como ter sempre salada - ou Catimbó das Folhas.

Me empolguei com o Comadre Fulorzinha e pedi 6 tipos de folha. Mesmo com as doações, a quantidade era considerável. Lembrei de um filme onde a mulher colocava as folhas numa travessa com água e as deixava sobre a mesa. Será que funciona? Liguei pra Tia Chu correndo, para saber se ela já havia feito algo do tipo e a resposta foi: "sim, no SENAC a gente fazia isso, fechava com filme plástico e colocava na geladeira" "Ahhhh! Não estamos a europa, né?".
Mas que informação preciosa!
Fui numa loja de departamento, comprei duas bacias só para uso culinário e fiz o que chamo carinhosamente de 'catimbó das folhas'.
As folhas ficam NOVAS, por até 4 semanas! Claro que tem que trocar a água, assim, de 4 em 4 dias mais ou menos. E sempre vedar bem com o filme. Funciona muito bem, só assusta um pouco as visitas quando vão pegar algo na geladeira...








Outro método que utilizo com freqüência, principalmente quando compro em pequenas quantidades é: higienizar, SECAR BEM* (importantíssimo ou é melhor deixar no saquinho do mercado do jeito que veio!), colocar umas 3 folhas de papel toalha no fundo de uma travessa, por as folhas, tampar e por na geladeira. Dura uns 5 dias. É uma mão na roda, pois dá para rasgar as folhas com o prato já montado, temperar e comer rapidinho.

O último e não menos importante é o branqueamento de vegetais e algumas folhas (as que serão consumidas cozidas). O método é bem simples: lava, pica, escalda em água fervendo, resfria na água com gelo, escorre, embala e congela. Há sites aos montes explicando os detalhes. Cada verdura tem seu tempo de fervura e a água não pode ser aproveitada de um vegetal para o outro.

Hoje fiz uma feira grande no Comadre e tive de usar os 3 métodos (o da vasilha só fiz pq sobrou muita salada do almoço). Levei mais ou menos 40 minutos organizando tudo (inclusive o branqueamento). Por no mínimo 3 semanas não me preocuparei com isso e comerei salada todos os dias :-)


*só consegui usar esse método depois que ganhei o secador de salada!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Orgânicos em minha vida

Morei um tempo no bairro da Boa Vista, no centro do Recife. Nos mercadinhos por lá, não encontrava verdura que prestasse. Os vegetais duros ainda conseguia com certa facilidade: depois das 19h, nos carrinhos ambulantes que tomam as ruelas do centrão, vendidos por R$1,00 o saquinho. A feira de grãos e especiarias, fazia nas redondezas do mercado São José (comprei até um carrinho de compras,daqueles de ferro) e carnes no açougue. Mas fazer isso tomava um tempo gigante, que nem sempre dispunha. Passei a ir quando dava e quando não dava, ia num superhipermega-supermercado e pronto: comia uma saladinha. Fui na casa de uma tia minha, que mora em Olinda e quando abri a geladeira, havia uma infinidade de vegetais, folhas, talos... Ela estava comprando na feirinha de orgânicos do Fortim, todos os sábados. "mas 6:30, 7h não tem mais nada que preste", avisou ela ao ver meu interesse (e sabendo de meus hábitos notívagos). Tinha muita vontade de ir, juro, mas o sono sempre vencia. Tentei ficar na farra até tarde e na saída ir comprar verduras... Na 'cachaça' até as 4:30 da matina, ia conseguir muito comprar 'abobradinha', 'twomates' e 'alcelgas'... EM OLINDA! Ok, ok. Fiquei sabendo de uma feira há 5 quarteirões da minha casa. "Tu fostes?" Me pergunta o senhor leitor... Nunca, nunquinha acordava a tempo. Apagava isso da agenda mental na sexta a noite e relembrava no sábado, umas 16h da tarde... Pensei finalmente, em "contratar" meu irmão, que acorda super-cedo e sabe escolher verduras muito bem e comecei a procurar na internet uma feira orgânica perto da casa dele.
"orgânicos Recife", eu disse pro google.
E o google me respondeu: Comadre Fulorzinha, minha cara".
Foi inacreditável.

Fiz o cadastro no nome do meu marido (talvez só aceitassem cartão de crédito) e em poucas horas, o acesso à página da loja foi liberado. Fiquei pasma. Tinha muitos, muitos produtos orgânicos. Eu não conseguia acreditar direito:
eles entregam em casa?
Como assim?
Estão locados em Vitória de Santo Antão (50 km do Recife) e entregam por 4 conto????
Tudo orgânico?
Produção local? Nossa!
Eles dizem a cidade de onde vem a verduraaaa!!!!
Fiquei naquela dúvida, né? Será que vem direitinho? Quem escolhe? Será? Vou testar AGORA e JÁ. Me empolguei e fiz o maior pedido da minha história com eles (depois tive que doar metade das folhas que comprei, se não estragariam). Pedi numa quarta, via internet, na sexta pela manhã chegou um motoboy com sacolinhas com o nome de Iuri escrito à punho, com pincel atômico. Pagamos à vista (eles aceitam em cheque também), toma-lá-dá-cá. Tudo certinho, direitinho, bem escolhido e muito fresco. A variedade de folhas é enorme: voltei até a comer almeirão, que NUNCA vi pra vender aqui em Recife! Um molho de coentro do tamanho de 3 do mercado que dá até pra se enforcar :p, um buquêt lindo de salsa crespa, tomate cajá, ovos de verdade... Claro que depende da época, né? Mas sempre tem novidades. E que diferença da cenoura orgânica para a de super-mercado... Ainda vendem macaxeira congelada descascada, polpa de frutas, coco verde, mudas de plantas, terra, adubo, açúcar, grãos, queijo, aves, extrato de tomate... Etc., etc. Tudo chegando na sua porta, tocando a campainha... É um pouco mais caro que no mercado e que na feira de orgânicos, mas o conforto, a tranqüilidade e principalmente a qualidade dos produtos que eles vendem, vale muitíssimo a pena. RECOMENDO.






conheça

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Farofa de Jerimum - Prato Único



Eu sou simplesmente louca por farofa. Algumas fogem do lugar-comum de meras acompanhantes e tornam-se verdadeiros pratos principais (e únicos!). Um ótimo exemplo é essa farofa de jerimum. Sempre que faço algum acompanhamento para ela, fica lá na panela, sem ser tocado... Não precisa de mais nada, pode ser servida em temperatura ambiente (ótimo para festinhas mais descontraídas e dias mais movimentados).

Não sei precisar as quantidades. Tudo depende do gosto do freguês. Gosto dela com bastante verdurinhas e mais molhada, lembrando farofa d'água. Fica muito boa mais seca, com bacon substituindo a lingüiça (aí sim, ela vira acompanhamento).

Ingredientes:

Jerimum cozido no vapor
Farinha
alho, cebola, coentro, cebolinha, pimenta-de-cheiro, tomate e um pedacinho de pimentão, tudo cortado beeem pequenininho.
Lingüiça calabresa picada em cubos
Manteiga de Garrafa
sal, pimenta do reino e vinagre

Amasse o jerimum com um garfo, numa vasilha grande (a que você vai servir)
Reserve o alho e metade da cebola. Misture as verdurinhas picadas com um pouco de vinagre e sal (o vinagre é bem pouquinho mesmo) e junte ao jerimum.
Frite a lingüiça na própria gordura, usando uma frigideira anti-aderente. Seque em papel toalha. Ponha na vasilha do jerimum. Agora o toque de mestre: uma leve fritada do alho e na metade da cebola, na panela onde se fritou a lingüiça. Jogue no jerimum. Coloque o sal e a pimenta do reino. Acrescente bastante Manteiga de Garrafa, misturando e provando, até sentir o sabor dela. Vá adicionando a farinha AOS POUCOS, até ficar encorpado, porém ainda bem molhada. Com o tempo, a farofa resseca... É muito boa. Até meu marido que não gosta de jerimum come que se lambuza. Aviso básico: jerimum é bastante digestivo. Se comer muito, já sabe...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Moelinha, como não?!





Quando sinto saudades de uma comidinha com gostinho de casa de vó, preparo esta moela. É incrivelmente gostoso e é surpreendentemente simples de fazer. E muito barato. Essa receita peguei com a própria, por telefone. Depois ela veio experimentar e aprovou ;-)

Ingredientes:
1 porção de moelas (nos supermercados a quantidade é padronizada)
3 colheres de sopa de extrato de tomate
1 cebola grande picada
2 tomates picados
3 dentes de alho espremidos
Coentro e cebolinha
2 batatas em cubinhos
1 cenoura, também em cubinhos
1 pimenta dedo-de-moça sem sementes
1/2 colher de chá de COMINHO (se não, não era pernambucano)
Sal e pimenta do reino (gosto de substituir o sal pelo tempero pronto Sabor A Mi pimenta)

Lave bem a moela com água e vinagre, raspando a superfície com uma faca. Pique em pedaços pequenos, para que não precise mais ser cortada quando for ao prato. Coloque todos os ingredientes numa panela de pressão. Cubra com água. Cozinhe por 30 minutos, depois que pegar pressão. Abra a panela, experimente, acerte o sal e a pimenta. Se ainda estiver com muito líquido, deixe secar (isso depende da panela, do fogão...) Sirva com arroz (feito sem tempero para não interferir no sabor da moela), farinha e uma boa pimenta.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Almoço da Perdição, Para Três Mulheres

Uma vez passei um mês inteiro em Fortaleza, na casa da minha sogra. Ela me falou de umas postas de atum que havia descongelado e estava sem idéia de como prepara-las. Logo me ofereci. A cunhadinha bateu palminhas, vendo minha empolgação. O atum estava lindo: umas postas grossas, todo delineado, parecia fresco... Era um pecado faze-lo ao molho, destruindo sua beleza. Outro pecado seria faze-lo frito, apenas... Lembrei-me de uma receita sensacional, bem portuguesa. Meu bisavô era português e carrego comigo algumas receitas de família, como um caldo verde que faz maior sucesso e todas as mulheres da família fazem, cada uma dando seu toque especial. A receita escolhida pode ser feita com a maioria dos peixes em posta e até mesmo alguns filés, mas é importante que a espessura seja grossa (2 a 3 dedos).

Segue a receita:

3 postas grandes de atum
5 batatas cortadas em fatias grossas, levemente cozidas em água e sal
5 cebolas
3 dentes de alho
3 tomates
suco de 1 limão, sal e pimenta do reino
Orégano
Azeite (bastante)

Tempere as postas de atum com o suco de limão, o sal e a pimenta. Deixe alguns minutos tomando gosto. Enquanto isso, cuide das batatas. Corte-as em fatias de aproximadamente 2 dedos. Cuidado para ela não cozinha muito, coisa de 8 minutos na água fervente com sal resolve. Fatie o alho, as cebolas e os tomates. Numa travessa refratária grande, faça "a cama" de batatas. Cubra com cebolas. Acomode as postas do peixe, coloque as fatias de alho espalhadas por cima, depois outra "cama" de cebolas. Derrame bastante azeite por cima de tudo, até atingir o peixe (um pouco mais de 300 ml). Coloque os tomates, polvilhe com orégano e leve ao forno por 1h (vigie sempre, pois depende muito do fogão!).




Já tínhamos arroz branco pronto. Resolvi encrementa-lo, levando-o ao fogo com um pouco de creme de leite, leite, manteiga, açafrão, um punhado de castanhas-de-caju (metade inteiras, metade moída) e cebolinha picada.




Para dar um frescor ao prato, fiz minha salada preferida (besta, besta):
tomates bem maduros, com bastante hortelã miúda picadinha, vinagre, azeite e noz-moscada.



Nosso almoço ficou esplêndido! Os pratos ficaram numa harmonia incrível... As três mulheres não conseguiam parar de comer!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Pasta! E a maravilha de ter majericão plantado em casa

Fatos verídicos:

Viajando a trabalho pelo interior, numa churrascaria de beira de estrada, o produtor pergunta ao fotográfo: 'será que o macarrão aqui é bom, heim?', 'Rapaz... Sei não, visse...' , respondeu o fotográfo, que na verdade pensava: 'Tu acha, porra???" "Garçom!" chamou o produtor "o macarrão aqui é GranoDuro?" o garçom olha intrigado por alguns instantes e finalmente responde: " Rapaz, é grande... Mas não é muito duro não..." Falou e disse!

.................

Mamãe e Papai viajam, jovenzinho chama a gatchenha para um jantar romântico. Antes de mais nada, claro, ele pensa no menu: 'Macarronada!, vou arrasar!'
Uma hora antes do encontro, o jovenzinho corre para cozinha para adiantar o serviço: corta cebolas, tomates e põe o macarrão de molho em água fria, para cozinhar mais rapidamente... Que tragédia! Saiu correndo com a gatchenha, para que ela não visse o gremlin que dava cria na cozinha e gastou a mesada do mês inteiro na lanchonete do bairro...



É... Macarrão tem suas peculiaridades... Todo mundo sabe fazer, mas de quando em vez sai umas coisinhas... Vou te contar!
Conheço pessoas que SÓ gostam de macarrão mole, bem molinho. Se não for o feito pela minha avó, não consigo. Você não sabe o que é massa, o que é molho... Vira tudo uma meleca só.





Vamos às dicas!

Para cozinhar um macarrão você vai precisar:

uma panela grande
água (bastante, o indicado é 1 litro para cada 100g de massa)
sal e 1 fio de azeite
Escorredor.

SEMPRE tem na embalagem (do mais caro ao mais barato) o tempo indicado de cozimento. Um timer (comprei um por menos de R$10 e é utilíssimo), ajuda a não esquecer (e transformar sua massa em almôndega de trigo) e sempre ter um macarrão al dente.

Escorreu? Ok.
Se for um macarrão de qualidade duvidosa, LAVE com água gelada para interromper completamente o cozimento e tirar da massa uma goma branca pegajosa que os macarrões ruins tem. Dá para comer, mas lembro que hoje em dia, já achamos uma massa melhorzinha com diferença de R$1, R$1,50...

Se seu macarrão for bonzinho (leia-se qualquer GranoDuro*), dá pra jogar ele quentinho direto no prato, põe 1 colher de sobremesa de manteiga, salpica um manjericão (ou orégano, ou outra erva, de preferência fresca) e queijo ralado (qualquer queijo funciona bem, o que eu acho melhor para isso é o provolone, sempre tenho 3cm desse queijo no congelador, pensando no fim de feira) e pronto! Uma delícia cremosa. Meau.

Vamos aos molhos???

O molho mais básico dos básicos e que requer menos técnica é o SUGO.
Você vai precisar de:

1 cebola
1 dente de alho
3 tomates inteiros
Manteiga
Sal e pimenta do reino a gosto.
Extrato de tomate (opcional)


Cozinha tudo com água e sal, até ficar quase desmanchando.
Bate no liquidificador.
Aqueça a manteiga na panela. Jogue o 'suco' do liquidificador, coloque sal, pimenta e se estiver muito ralinho (tomate ruim), coloque um pouquinho (1/2 colher de sopa) de extrato de tomate. O extrato de tomate é um terrível ladrão de sabores, porém ótimo espessante. O extrato orgânico faz TODA a diferença (bem menos ácido e com o gostinho de tomate de verdade), porém é 3 vezes mais caro. Se quiser dar uma encorpada legal nesse molho, é só adicionar cenoura (1/2, para essa quantidade) ao cozidinho de verduras. Aí sobe também a quantidade de extrato, pois se os tomates não estiverem mui maduros e vermelhos, vai ficar com cor de cenoura...
Bem bom, principalmente quando se está com preguiça de cozinhar...


Alho e óleo
é simples, mas para ser bem feito, tem segredo...
1. salgue bem a água do macarrão, para não precisar adicionar sal ao 'molho'
2. Bastante alho e bastante azeite. Lembre-se que APENAS eles serão o molho :p
(umas 5 colheres de sopa de azeite e uns 4 dentes de alho grandes)

Deixe a panela que cozinhou o macarrão secar completamente no fogo. Jogue o azeite, quando esquentar, junte o alho ralado. Você tem que ser ágil, o alho não deve nem começar a dourar, pois fica com gosto amargo de queimado.
Viu que secou um pouquinho, deu umas três estaladas, joga a massa dentro (vai fritar), desliga o fogo e mexe, mexe, mexe, até incorporar perfeitamente. Umas cebolinhas cortadas bem fininhas ficam uma delícia jogadas por cima da massa quente ;-)

Super Molho, Super Simples

Sal e pimenta do reino
Manteiga
Cebola ralada (umas 2 grandes)
Tomate em cubinhos (uns 6, ou 2 latas de Tomati Pelatti - que tá saindo mais barato do que comprar tomate nessa estação. O quilo do tomate está quase $5 e está péééssimo)


Doure a cebola na manteiga até secar bem. Jogue os tomates, mexa bem e espere incorporar. Cozinhe por uns 10 minutos. Se secar muito, adicione um pouquinho de água ou vinho branco seco. Se o tomate estiver ruim, acrescente um pouco de extrato de tomate. PRONTO!


O complemento fica por conta do freguês! Só com manjericão fresco, orégano... Vai bem com camarão salteado, lingüiça, carne em tirinhas, frango, queijo... Faça sua proteína ou vegetais com temperos bem básico (de preferência só no sal e na pimenta) e misture com o molho.

Outra dica muito importante é não misturar o molho com a massa na panela. Fazendo isso, a última porção sempre terá muito mais molho que a primeira e se sobrar, o macarrão com molho estraga muito mais rápido que o sem. Massas não absorvem molho, tornando então essa mistura completamente dispensável. Sirva sempre separado (panelinha de molho com concha) ou monte os pratos na hora de servir.


Em uma das viagens de moto, paramos numa praia chamada Baía da Traição, que fica na Paraíba. Lá ficamos numas das pousadas mais legais que conheci. Adorei o manjericão da folha grande que eles enfeitavam e perfumavam todos os pratos. Na saída ganhei umas sementes e ainda a "árvore genealógica" da planta: vinha da casa da avó Italiana da melhor amiga do dono da pousada. Plantei e rapidamente as folhinhas surgiram e cresceram que foi uma maravilha. No meu antigo apartamento, o jarro ficava sob o armário da cozinha, na pois levava muito sol. O segredo de plantar manjericão é bastante sol e bastante água. Nesse apartamento, eu fazia mudinhas em copinhos de cachaça, que em 5 dias estavam prontas para terra. Distribuí muuuitas mudas, porém a maioria não vingou, por falta de sol nos apartamentos... Mudei-me para uma apartamento térreo com pouco sol e ele sentiu bastante. Ficou mucho, chocho, o bichinho... Logo encontrei um lugarzinho para planta-lo no chão, com muito sol. Hoje ele está lindo e enorme, com o caule grosso e forte, uma arvorezinha mesmo. Sempre corro lá, apanho as folhas mais altas, aparo as flores (qualquer planta gasta muito de sua energia para manter as flores), e jogo no prato. Além das massas, vai mui bem em saladas, carnes, peixes, no sanduíche... Não se pode comparar o sabor do fresco com o seco... Outra ervinha que é bem assim, é o alecrim. A muda custou o mesmo que um saquinho do seco, vive num vazinho bem pequeninho e nossa, que diferença... Mas alecrim, fica para outro post.

*GranoDuro é a massa feita com um tipo de trigo especial: o trigo durum, que deixa naturalmente a massa mais soltinha, al dente.

sábado, 3 de abril de 2010

O Bendito Arroz Integral

Engano vários amigos. Mas é pro bem, rapaz... Pergunto bem descarada: tu gostas de arroz integral? A resposta é uma careta, na maioria das vezes. Aí vou cozinhando, escondendo o rótulo, passando o tempo, sirvo o prato e vejo nego comendo de babar... hahaha, ADORO!
O grande segredo do arroz integral, é deixá-lo cozinhar.
Normalmente usa-se o dobro de água do arroz branco, levando, logicamente, o dobro do tempo de cozimento do arroz 'comum'.

Sem pregação: gosto muito do arroz branquinho, certos pratos só caem bem com ele acompanhando... Mas o tal do arroz parbolizado, sinceramente, não me entra! O arroz preto, super-nutritivo, é uma delícia, demora a cozinhar e causa um efeito visual muito interessante (fico devendo fotos). Mas minha paixão, no quesito arroz, é o danado do arroz da terra. Experimentei a primeira vez em Catolé do Rocha (leia o post do meu outro blog) achei para vender aqui em Recife e desde então, quando falta na despensa fico aperriada...

O arroz carioca (nem sei se no Rio chamam assim :p) é aquele que fica sequinho na panela, pronto para servir. É que tem uma história de 'arroz lavado', que é o arroz cozido em MUITA água e depois escorrido: se já não tinha muito nutriente e, falando do parbolizado, de precário sabor, imagina depois que a água vai toda embora??? Afffe!
Vamos lá?

Arroz Integral ou da Terra para 2 pessoas:
1 xícara de arroz
4 xícaras de água
Alho, cebola, azeite ou manteiga, sal e, se quiser algum temperinho (alecrim, tomilho, açafrão, manjericão, cenoura ralada...)

Numa panela pequena com tampa, frite a cebola, o alho, adicione o temperinho e o arroz. Uma breve refogada, acrescente a água (há quem use fervendo, eu nunca uso). Mexeu. Ferveu. Abaixou o fogo. Tampou a panela. Deixe em média 30 minutos (até a água secar completamente). Desligue o fogo e espere mais 5 minutos com a panela fechada, antes de servir.Com o arroz branco o procedimento é o mesmo, usando metade da água.







A receita tradicional de arroz da terra é com leite no lugar da água. Aí tem que ficar de olho para não esborrar e cozinha sem tampa na panela.
Fica muito mnham mnham de bom.
Aguardem as receitinhas de risoto!

P.s.: quando eu falo Risoto não quero dizer 'feito exclusivamente com arroz arbóreo ou carnaroli'. SEI que por definição só é risoto se usarmos 'arroz para risoto', que 'largam' o próprio amido e dão aquela cremosidade maravilhosa. Porém, se falando de nordeste brasileiro, o preço desses tipos de arroz é altíssimo, deixando-os apenas para ocasiões mais especiais. Faço muitos 'risotos falsos', usando qualquer tipo de arroz (normalmente já cozido) e creme de leite (ou mesmo leite, quando quero mais leve). Ficam ótimos, posso garantir... É que antes desse post, discuti horas a fio com a purista da Tia Chu (kkkkkkkkk), que, claro, só chama risoto de risoto.:p